segunda-feira, 8 de junho de 2020

A amamentação na Bíblia - Parte I

Essas flores brancas são conhecidas como "Neve da montanha".
O maná e o leite materno são como flores brancas enviadas por Deus.


Deus derramou o maná sobre o deserto dos hebreus. Todos os dias, menos aos sábados, os hebreus se levantavam para recolher o maná, um pão de mel branco. De domingo à sexta, as crianças ajudavam os pais a recolher a “neve do deserto”, a comida dos céus. Se guardassem para o dia seguinte, o maná apodrecia. Na sexta, aquele pão parecido com “coentro branco” caía em dobro.

De maneira surpreendente, o maná guardado de sexta para sábado se mantinha perfeito. Aquele delicioso bolo de mel se manteve apropriado ao consumo por mais de dois mil sábados, durante 40 anos. O maná fala de sabores, nutrição e louvor. O sétimo dia de Gênesis é o sagrado sábado do Senhor.

Deus só deixou de fazer chover o “trigo do céu” quando seu povo entrou na terra que mana leite e mel, o novo mundo.

O maná nos ensina inúmeras lições de amor. Alimentar é a mais bela lição de amor. Deus alimentou seu povo com o melhor pão. Deus concedeu aos bebês o alimento da mãe, o maná convertido em leite. O pão da mãe é o pão do Céu. “Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará suavemente” (Isaías 40:11).

Segundo o médico pediatra e psicanalista D.W. Winnicott, não há data para desmamar. “Muitas vezes, o desmame realiza-se gradativamente e num ambiente estável, não surgindo dificuldades especiais” (A criança e o seu mundo. p. 93). A amamentação prepara a criança para o mundo. “A criança que esteve colada milhares de vezes ao peito materno encontra-se, evidentemente, numa situação muito diferente daquela que foi alimentada o mesmo número de vezes por uma garrafa”, afirma Winnicott. Enquanto a fórmula infantil está relacionada com a obesidade infantil e cânceres em crianças, o leite materno é vida, imunidade, saúde integral. Ele alimenta com amor.

Quando estiver amamentando, olhe nos olhos do seu filho, com todo amor. A amamentação é um momento único para você dizer com os olhos, o corpo e o leite que o ama. Aproveite cada segundo para alimentá-lo com seu amor.

Para amamentar, ore a Deus. Ele lhe dará sabedoria e forças. Na Bíblia, há versos lindos sobre o ato de amamentar. Deus escolheu colocar leite na mãe para nutrir seus filhinhos. A amamentação traz benefícios espirituais, pois a dimensão espiritual é uma somatória das dimensões física e emocionais. Por isso, seria muito importante que as igrejas falassem da importância de amamentar – uma fase única para o ser humano. “Para que mameis, e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis, e vos deleiteis com a abundância da sua glória” (Isaías 66:11).



O melhor alimento para o nenê é o que lhe foi provido pela Natureza. Não deve, sem necessidade, ser dele privado. É falta de coração eximir-se a mãe, por amor da comodidade ou de diversões sociais, da delicada tarefa de amamentar o filhinho.

Quando o bebê deve ser desmamado?


Quando o bebê deve ser desmamado? João deixou de mamar com três anos e seis meses. Eu havia pensado em desmamar o João por volta dos três anos, mas percebi que ele deveria mamar enquanto quisesse, que o desmame deveria ser natural. Resultado de oração, leituras e vivências.

Segundo o médico pediatra e psicanalista D.W. Winnicott, não há data para desmamar. “Muitas vezes, o desmame realiza-se gradativamente e num ambiente estável, não surgindo dificuldades especiais” (A criança e o seu mundo. p. 93). Só foi assim com o João porque eu desistir de marcar data para o desmame. Chegou a hora que ele mesmo deixou de mamar e passou a tocar o seio rapidamente, sem sugar o leite. Eu aproveitava para olhar com todo o amor do mundo para os seus olhinhos pretos. A amamentação prepara a criança para o mundo.

“A criança que esteve colada milhares de vezes ao peito materno encontra-se, evidentemente, numa situação muito diferente daquela que foi alimentada o mesmo número de vezes por uma garrafa”, afirma Winnicott.

Para mãe, amamentar também é fundamental. A mulher que tem filhos e não amamenta tem um risco aumentado de câncer de mama em relação à mulher que não teve filhos. Por isso, amamente. Para alcançar os benefícios de proteção contra doenças, em especial o câncer de mama, a mulher deve amamentar, pelo menos, por um ano e oito meses. Por isso, persista na amamentação.

A criança receberá seu principal presente: o leite da mãe. Enquanto a fórmula infantil está relacionada com a obesidade infantil e cânceres em crianças, o leite materno é vida, imunidade, saúde integral. Ele alimenta com amor.

Enfrentei inúmeras dificuldades para amamentar. Embora eu tenha comprado um livro sobre amamentação enquanto estava grávida, eu não tinha informações sobre a importância de dar meu leite ao meu filho, nem sabia como produzir mais leite. No hospital, deram fórmula para o João. Pessoas próximas tornaram a situação quase impossível, quando pressionavam para dar a fórmula. Alguém que segurava meu filho recém-nascido chegou a dizer para ele, do meu lado: “Sua mãe não o alimenta.” Eu senti muitas dores e tive uma infecção nas mamas por quatro meses que tornava a amamentação um momento de dor excruciante. Mas em oração, Cristo me disse: “amamente. Você vai conseguir.” Deus me falou de diferentes modos, tanto por meio da Bíblia quanto pelo amor de pessoas desconhecidas.

Eu consegui. Cheguei a usar um pouco de fórmula quando saí do hospital (200 ml), recorri ao leite alternativo caseiro em pouca quantidade, mas dos quatro aos seis meses de idade, João mamou apenas meu leite, no peito, sem dor. Descobri uma lição essencial: a nutrição da mãe é indispensável para a produção de leite. Uma nutrição específica, com alimentos que ajudam a produzir leite.

Amamentar é realmente importante? Pode parecer que não, pois você não escuta nada sobre isso no consultório médico, na igreja ou entre familiares. Mas há quem cumpra com seu dever de informar, porque informação é vida. Recentemente, o jornal The New York Times publicou uma matéria sobre a “invasão” da Nestlé no Brasil, especialmente entre famílias pobres e/ou desinformadas.

Mães deixam de amamentar os filhos para dar fórmulas infantis. Elas acham que filhos gordinhos são mais saudáveis. Grande engano! A questão do peso da criança é uma pressão colocada por médicos desinformados e familiares insensíveis. O João ficou mais magrinho, sim. Se comparado a um bebê alimentado por fórmula parecia mais frágil. Mas as aparências enganam. João cresceu, não adoeceu, é muito inteligente e forte. Valeu a pena resistir a toda campanha difamatória contra quem escolheu amamentar seu filhinho.
Mães, não se importem com que o os outros dizem. Façam o que é certo. Amamentem. Se for necessário, se afastem de quem está prejudicando sua decisão de seguir o caminho certo. Amamentar é o maior presente que você dará para o seu filho. Imunidade para a vida toda.

Além de todas as pressões possíveis que a mãe que amamenta enfrenta, tem também as ações planejadas das indústrias de alimento infantil para desestimular a amamentação. A política de recomendação de amamentação até os seis meses, pelo menos, da Organização das Nações Unidas, ficou paralisada por um ano, por causa de pressões da indústria da fórmula infantil. Mais da metade dos legisladores federais do Brasil foram eleitos com doações da indústria de alimentos.

Se os políticos aprovarem leis contra a indústria podem perder sua vaga. E se as igrejas começarem a falar sobre a importância de amamentar e de não dar fórmulas podem perder o quê? Por que as instituições não cumprem seu dever de amparar, informar e educar as pessoas para uma vida realmente melhor?

De minha experiência com a amamentação, eu tenho algo a compartilhar:

         Escolha ter seu filho de parto normal. Ele favorece a descida do leite e o contato mãe-filho. Eu tive parto cessaria. O leite demorou para descer, por causa da anestesia, ambiente hospitalar, dores. Se você quer amamentar, comece certo, comece com o parto normal domiciliar.

2.       Antes de ter o seu filho, se informe sobre a alimentação adequada para ajudar a produzir leite. Há alimentos que são fundamentais para aumentar a produção de leite. Informe-se, aprenda.

3.       Se você vai amamentar e não quer dar fórmula, coma corretamente. Se a sua alimentação está desequilibrada, se você come fast food ou açúcar, vai dar um leite pobre em nutrientes e pouco saudável. Alimente-se bem. Alimente-se de comida de verdade e ensine seu filho desde pequenininho a gostar do sabor da comida saudável.

4.       Não dê fórmula, nem um pouco. É muito, muito prejudicial à criança.

5.       Procure orientação com doulas e consultoras de amamentação. Eu tive uma terrível experiência em um banco de leite em Campinas. Lá, a pessoa que me atendeu machucou meus seios. Mas tive uma experiência maravilhosa no Banco de Leite da Unesp, em Botucatu. Foi essencial para não desistir na amamentação.

6.       Se você não estiver conseguindo produzir leite, recorra também às máquinas para bombear leite. Eu aluguei uma máquina e foi muito importante.

7.       Não volte a trabalhar. O leite tirado e armazenado não mantém os anticorpos que vão fortalecer seu filho. Amamente em tempo real por quanto tempo for necessário, em livre demanda.

8.       Peça ajuda. Há muita gente querendo ficar com o bebê, mas peça que a ajudem com a limpeza da casa e a comida. Eu tive pouquíssima ajuda e muitas interferências. Praticamente, segui sozinha. Meu marido foi incrível, mas precisava trabalhar. Lembre-se: você nunca estará sozinha. Deus está com a mãe que amamenta para lhe dar forças.

9.       Se alguém da família ou conhecidos forem insistentes no uso da fórmula, desrespeitando sua decisão, afasta-se. Você precisa de toda tranquilidade possível para passar por essa fase. Em primeiro lugar, está a vida de seu filho. Se antissocial nessa hora, pode ser uma necessidade.

1  Não desista. Dizem que todo mundo tem um limite, que precisa considerar a questão emocional etc. Mas se você desistir por causa do “emocional” quem vai pagar a conta é o seu bebê. Leve o peso por ele.

  Não desmame precocemente seu filho. Talvez, ele rejeite o leite em muitas ocasiões, antes dos dois anos de amamentação. Isso é normal. Não significa que é hora de parar. Ensine seu filho que ele tem que mamar. Insista, busque técnicas, siga em frente. Na Bíblia, Isaque foi amamentado por três anos (provavelmente, até o aniversário de quatro anos). Amamentação prolongada fará bem para sua saúde e para a vida de seu filho. Desmame naturalmente.

1   Lembre-se: vale a pena amamentar. A amamentação é o maior presente de uma mãe ao filho. O João mamou por quase quatro anos. Ele não teve problemas com a dicção, como alguns médicos alegam. Pronuncia todas as palavras perfeitamente. Ele também é super independente e saudável, tanto física quanto emocionalmente. Estou colhendo os bons frutos da amamentação prolongada.

1  Quando estiver amamentando, olhe nos olhos do seu filho, com todo amor. A amamentação é um momento único para você dizer com os olhos, o corpo e o leite que o ama. Aproveite cada segundo para alimentá-lo com seu amor.  

  Para amamentar, ore a Deus. Ele lhe dará sabedoria e forças. Na Bíblia, há versos sobre lindos sobre o ato de amamentar. Deus escolheu colocar leite na mãe para nutrir seus filhinhos. A amamentação traz benefícios espirituais, pois a dimensão espiritual é uma somatória das dimensões física e emocionais. Por isso, seria muito importante que as igrejas falassem da importância de amamentar – uma fase única para o ser humano.

Eu consegui amamentar


Quando o João nasceu, eu não tive leite. Meu desejo de amamentar meu filho, porém, não era maior que o desejo de Cristo em lhe dar de mamar. O Senhor seria comigo, fortificaria meus ossos, tornar-me-ia um jardim regado e um manancial cujas águas jamais acabam (Isaías 58:11). Ele prometeu o impossível. Li este verso na Bíblia em meio a essa grande luta, após orar.

É no interior dos ossos que se forma o sangue que se converte em leite para alimentar você, João. Meus ossos se tornaram fortes, meu sangue se tornou leite. O leite de Cristo é nosso mamá. De seus preciosos ossos inquebráveis, surgiu sangue redentor.

Quero dar de mamar, diz Cristo. Alguém quer mamar?

João, amamentá-lo foi um divisor de águas em nossa vida, um divisor colocado por Cristo. Entre tantos sentidos que teve, vários foram especiais. João, você nunca adoeceu – o leite materno é o alimento mais alcalinizante que existe. Você cresceu – nas consultas com o pediatra, vimos que você cresceu 25 cm no primeiro ano, 12,5 cm no segundo ano, 6,5 no terceiro ano. Sem ficar doente ou ter carência nutricional, você aprendeu rápido. Memorizou versos bíblicos feito bebê que suga leite. Mamava o leite, mamava os versos. Eu sempre lhe dei leite acolhendo-o nos braços e recitando os versos, diante de seus grandes olhos pretos a me olhar fixamente. Mamava os versos, mamava o leite.

Foram tantos os desafios que pensei em desistir, mas antes orei. Fiz a prece: Se o João estiver pesando 4kg30, vou continuar. Nunca oração alguma havia sido atendida com tanta exatidão matemática. No final do dia, o Guilherme pesou o João. Ele havia saído dos 3kg e pouco para os inacreditáveis 4kg30! Em contraposição às vozes do mundo, Cristo dizia com amor e força: Amamentai, mamãe. Amamentai. Eu amo o João.

Cristo amamentou o mundo na cruz. Seu leite de ossos inquebrantáveis faz o menino se tornar homem e o homem se tornar menino.

Mamãe, quero mamar história, diz João, vez por outra.

Do menino é o reino do Céu. Suga o leite, menininho. Nenhum livro vale a pena ser lido se não for escrito com esse leite. Nenhuma vida vale a pena ser vivida se não for gerada nesse leite. A História da Cruz é um livro escrito com leite. Suga o leite, meu filhinho.

João, você cresceu. O tempo passa rápido. Cuide do tempo, meu filhinho.

Nosso blog chegou ao fim, João. Planejava escrever sobre os seus três anos, seus 1000 dias. Os 1000 dias mais importantes de sua vida, João. Diz Ellen, diz a Ciência, que os primeiros três anos são decisivos. Deve ser por isso que a humanidade-criança, recém-resgatada, vai passar seu primeiro milênio, após a volta de Cristo, mamando no Céu a mais linda história de todos os tempos: a História da Redenção.

Nutridos assim, viveremos para sempre. Viva para sempre, João.

O tempo passou, a sega findou, você fez três anos. Meu leite está diminuindo. Que lindos 1000 dias Deus nos deu! Acaba o leite da mãe, mas se deixa o leite de Cristo, deixa Cristo com o menino. Mamai na Palavra, João, meu filhinho.

Bebê que vira criança, leite de mãe e leite que salva, blog que termina, alegria pelos três anos bem vividos e pelos anos que virão. Há uma horta para cultivar, um pomar para formar, um jardim para cuidar. Cristo me deu.

Prossigo na missão sagrada de mãe-tempo-integral.

Obrigada, Jesus, pelo leite, pelo filho no peito, pelo pai que amparou a mamãe que amamenta, pelo milagre do mamá. O Senhor, em seu Santuário, conhece o interior dos ossos das mães. Os olhos de Cristo me veem; Seu leite me fortalece.

Mama, João. Vista-se.
Vista-se dEle, meu filhinho.
Vista-se de Lírio, do branco leite de Cristo.

15 de janeiro de 2017. 12h09. João fez três anos, pelo poder de Deus.

Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes, para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com a abundância da sua glória. Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz com um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão. Isaías 66:10-12.

Amamentação prolongada faz bem!


-- Quanto leite a mamãe tem?
-- Dez leites.
-- A mamãe tem bastante leite?
-- Bastantão.
-- Quem deu leite para mamãe?
-- Jesus.

 Deram fórmula para o João quando ele nasceu. A dor que senti no quarto escuro, hospital frio, naquela noite longa de chuva forte minhas próprias palavras não descrevem. A luta só estava começando.

O leite materno flui, por anos necessários, como cordão umbilical líquido a ligar mãe e filho após o nascimento. João, com dois anos, tão menininho, dependente, se liga a mim também por fios de leite que meu corpo continua produzindo. Aquilo que sou, o que como, minhas emoções, meu sangue convertido em leite seguem construindo o João, aquilo que ele é e há de ser. As mães hebreias, dizem, amamentavam seus bebês até os três anos. Hoje, amamentar é estranheza.

A fórmula infantil bota a criança para dormir. Seu primeiro ingrediente, a maltodrextrina, o açúcar, faz a criança dormir mais, reduzindo o tempo do aprendizado. Ela faz pior.

Os olhos grandes do João ficaram fechados por pouco tempo. Ele tomou 200 ml de fórmula. Joguei fora a lata. Usamos um pouco de leite alternativo junto com o leite materno.
Faltou leite. Meu leite desceu apenas no vigésimo dia. Meus seios ficaram macerados. Uma lesão muito mais profunda do que fissuras doloridas. Tive uma infecção provocada por fungos. Tive mastite.  Tive surtos de dor.

Mas encontrei alguém, uma quase estranha, que me disse: “Eu entendo sua dor. Se fosse outra mãe, já teria desistido. Você vai conseguir amamentar seu filho.” Houve dias que João parecia estar desmamado. Tentei de tudo. Busquei todo tipo de aconselhamento técnico.

A dor insuportável, eu suportei por quase quatro meses. Mas ela se foi. A infecção se curou, aos poucos, com o uso maciço de alho cru. Conselho de uma sábia enfermeira. O emocional foi cicatrizando por meio de um isolamento social necessário, por palavras de amor que recebi de lugares improváveis. Eu precisava nutrir meu filho, ele precisava ser nutrido por mim.

Minha fé ressurgia. Certo dia, orei. Disse a Deus que se meu filho não estivesse pesando 4,03 Kg, eu daria fórmula. Chegara ao meu limite, após quase quatro meses de intensa luta. No final do dia, meu marido sem saber de minha oração, pesou o João e veio me dizer: “Ele está com 4,03.” Ele havia pesado 3920 Kg de manhã. Não tive dúvidas de que Deus estava ao meu lado. Ele me faria encontrar o caminho. Que a luta para amamentar é luta essencial!

Em meio às dores da amamentação, sem saber ao certo se conseguiria amamentar meu bebê, abri a Bíblia e li o seguinte verso: “E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam” (Isaías 58:11).

O leite desceu em profusão. João mamou exclusivamente dos quatro aos seis meses. Nunca mais o leite faltou, nunca mais o leite diminuiu. Crer em Deus é força e ciência. Eu encontrei as informações certas, em um mar de descaminhos técnicos e informacionais na área da saúde. Encontrei os alimentos certos que deveria ingerir para produzir leite. Encontrei amor em terra árida.

A fórmula, seja de leite animal ou vegetal, além de manter por mais tempo os olhos do bebê fechados, rouba a chance de essa criança beber o leite da mãe. Não há espaço para dois leites. Quando há fórmula, menos leite da mãe a criança mama. Não há cooperação entre fórmula e leite materno. A fórmula sempre ganha, a criança se perde. Ela engorda, é verdade. Ela fica suprida de vitamina B12 sintética, entre outras, é verdade. Mas ela perde em saúde, em resistência a infecções, em vínculo com a mãe que, antes, na antiguidade, se estendia pelo menos por um triênio. O triênio mais importante da vida de uma pessoa.
A fórmula infantil não tem nada de inocente. Pesquisadores da Universidade de Massachusetts concluíram que a ingestão de fórmula está relacionada com o desenvolvimento de diabetes (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10794497). Uma ampla pesquisa que avaliou 161 estudos concluiu que a amamentação protege contra o diabetes, enquanto a fórmula predispõe a criança à doença (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22946851).

Em nove anos, nos EUA, segundo pesquisa publicada no NYT, o diabetes tipo 1 em crianças aumentou mais de 20%; e o diabetes tipo 2, 30%. Os especialistas estão atônitos.
Amamentar não é apenas um benefício a mais para a vida da criança. Amamentar é central para a vida. O leite artificial, a fórmula, é altamente prejudicial à saúde dos pequenos. A fórmula não está associada apenas à epidemia de diabetes em crianças, mas a inúmeras doenças, tais como: infecção no ouvido, infecções respiratórias, infecções gastrointestinais, enterocolite necrosante, obesidade, doenças metabólicas, desenvolvimento cognitivo e motor reduzido, maior risco de mortalidade infantil, asma, dermatite atópica. E, finalmente, maior risco de leucemia em crianças alimentadas com fórmula. Todos esses dados foram publicados na revista Obstetrics & Gynecology (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2812877/).

O mesmo estudo diz que a mãe que amamenta, por mais de 18 meses, tem risco menor de ter câncer de mama. Há também risco menor de câncer de ovário, pois o corpo produz, enquanto a mulher amamenta, anticorpos para combater a mastite. Tive mastite também. Dói, mas salva.

O leite da mãe é vacina. É amor comunicado em anticorpos que fábrica nenhuma é capaz de vender. O leite da mãe é vitamina orgânica, na medida certa, na temperatura adequada, aquecendo a boquinha do neném, que suga confiante o alimento que ele aprende desde cedo que só a mãe pode dar. Ele aprende que a mãe supre.

Tudo que me disseram para me dissuadir de alimentar meu filho não me aflige mais. Mas no início era de uma força avassaladora. Eu não estava preparada para enfrentar o tsumani que viria em meu corpo e em minhas relações sociais. Que mãe deixaria o filho passar fome? Que mãe colocaria a vida do filho em risco? Eu sentia o peso dessas acusações sem fundamento, e elas me afligiam. João ficou mais magrinho. João ganhou peso mais devagar. Mas isso era o normal. Não parecia normal visto que o mundo vive na anormalidade.

João nasceu com 48 cm, como seu pai. João ganhou 25 cm no primeiro ano. João cresceu 12,5 cm no segundo ano. O perímetro cefálico do João chegou exatamente às dimensões adequadas. Todas as medidas estão dentro do recomendado pela área médica.

João é um bebê em atividade constante, e calmo. Dorme a noite toda, é muito sorridente. Sempre foi assim. Falou sua primeira palavra com seis meses e com dez meses já falava umas 50 palavras, além de reconhecer cores e números em páginas. Nessa mesma idade, encaixava todas as formas geométricas de seu brinquedo. Com 1 ano e 8 meses, disse duas frases, unindo onze palavras. Agora, começa a fazer contas e reconhecer mais e mais palavras impressas em livros, além de escrever a letra “A”, e recitá-la como se fosse um poema, após vê-la timbrada por ele no papel. João corre pelo pasto e brinca livremente. Ama sua bezerra chamada Tetê.

João também é vegetariano. Ele nunca ficou doente. Nunca teve sequer uma cólica. Certa vez,  ele teve um início de gripe que durou apenas um dia. Ficou pendurado no peito o dia todo. No dia seguinte, estava bem.

Agora, estão dizendo para o João que já está na hora dele desmamar. As comadres dizem isso, o mercado de trabalho diz isso, linhas psicanalíticas que permeiam consultórios médicos equivocados dizem isso. Mas o bezerrinho continua mamando feliz, graças a Deus. Essa foi uma das maiores graças que recebi em minha vida.

Se você está tentando amamentar e não consegue, não desista. Não desista, você vai conseguir. 

Há alimentos que farão você produzir leite. Há técnicas que farão seu bebê mamar melhor. Há um poder que lhe dará leite e lhe mostrará o caminho. Não escute o que irão falar. Não abra espaço para a fórmula, jamais. Nem uma gota. Se começou a usá-la, jogue a lata fora. Lute pelo seu filho. Mesmo que você seja desacreditada e falem de você todo tipo de inverdades, você precisa acreditar que a fórmula não faz bem, que a amamentação é vida, que o caminho certo levanta mesmo oposições de todo tipo.

Há evidências emocionantes sobre os benefícios da amamentação, embora sejam escassas. Há ciência sobre o bem que amamentar faz, e também ciência que denuncia o mal que a fórmula impõe. Mas é preciso acreditar antes que surjam as evidências, antes que o bebê cresça. Porque quando ele crescer, você verá o valor das boas escolhas.

Eu escrevi este texto em 2016.

domingo, 17 de julho de 2016

Amamentação prolongada faz mal?

17 de julho de 2016

Quando João tinha um ano e meio, fomos a um restaurante vegetariano. Lá, conheci a Patrícia, sua filha e seu marido. A menina dela estava com 1 ano e 5 meses. Pela primeira vez, eu ouvi que a amamentação após um ano de idade não é recomendada. A Patrícia me falou que a pediatra homeopata que atende sua filha em Campinas disse que entre os malefícios da amamentação prolongada está a sexualização precoce da criança. Por esse motivo e muitos outros – não sei quais outros, pois a conversa foi rápida –, ela desmamou a menina, meio a contragosto.

Cheguei em casa e recorri ao santo Google, com o seguinte termo-chave: “desmame sexualização precoce”. Encontrei um artigo que diz, justamente, isso: a amamentação prolongada impacta, negativamente, a sexualidade e os relacionamentos futuros da criança. Disse mais: “Mas essa relação [a relação “incestuosa” da amamentação] deve ser proibida a partir de um determinado momento e submetida à castração para que a criança possa justamente ter acesso ao simbólico e à linguagem... A separação do desmame é na realidade o reflexo de uma divisão interna na própria criança que funda o inconsciente e lhe faz entrar na linguagem, tornar-se falante... [Com o desmame]. A linguagem se desenvolve, ela passa a se interessar por outros alimentos, outras pessoas, outros objetos, outras percepções.” Veja aqui

Àquela ocasião, meu filho testava com 18 meses, idade máxima que a referida autora estabelece para o desmame. Visão psicanalista. Para Freud, amamentação é erotização. Discordo dele. Não porque ele foi um homem falando sobre algo que jamais poderia ter feito. Minha discordância dele não tem nada a ver com o fato de ele não ter tido mamas carregadas de leite para nutrir sua cria.

Aquela mãe desmamou a filhinha pressionada por uma médica freudiana. Perguntei que leite ela estava dando para a menina. “Fórmula”, ela respondeu. Ah, sim, mamar na teta da indústria pode; mas nos seios da mãe, não. Ah, sim, dar um leite industrializado, adoçado, agressivo, hostil e proveniente de uma vaca mecânica pode; amamentar, não. O Aptil de certo fará o bebê falar, correr, reconhecer o outro, se desenvolver, estar apto para ser autônomo, perfeitamente, autônomo com apenas 1 ano e 5 meses!

Não desmame seu filho por causa de argumentos equivocados. Amamentar faz bem, sempre. Amamentação prolongada é fonte de vida e de sabedoria para os pequenos. Qualquer um que diga o contrário está cometendo um grave erro, ainda que seja alguém especializado em saúde e fundamentado nas mais sofisticadas teorias, sejam elas freudianas ou não.


Meu filho está agora com 2 anos e meio, e continua mamando, para a sorte dele. Os resultados? Não poderiam ser melhores. João nunca ficou doente (nem mesmo gripe ou febre ou cólica), fala muito bem, além do esperado; ama pessoas e a vida, segue com suas percepções devidamente desenvolvidas e nutridas, na fonte certa. 


Conheça meu novo blog: Beith LehemA Casa do Pão.


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

“Eu apoio a amamentação.” Será mesmo?


6 de janeiro de 2015

Quando João nasceu, fomos a uma pediatra formada pela Unicamp, que atendia em Campinas.

Eu estava amamentando João quando ela chegou para nos atender.

Não havia local reservado para amamentar e o consultório era pequeno. A porta de entrada para a sala da médica estava no meio da minúscula sala de espera. Quase tropeçando em mim e no bebê e já entrando em sua sala, ela disse, com ar de pressa: “Entre.” Entre? Já? Mas eu acabara de colocar o bebê para mamar. Ela sabia da minha luta gigantesca para fazer meu filho mamar e ganhar peso. Tirei o João do peito e entrei. Eu pensava que precisava daquela consulta justamente para conseguir amamentar.

Quanta hipocrisia! Tanto na sala de espera quanto na sala da pediatra havia um cartaz dizendo: “Eu apoio a amamentação.” Ela também sugeriu que eu usasse fórmula, enquanto o leite não descia. Havia só colostro... O pior profissional é aquele que diz ser o que não é. Não diga nada. Ou então, diga: “Eu apoio a fórmula infantil.” Sim, eu sei. A fórmula deixa a vida de alguns pediatras bem mais fácil, o bebê engorda; e o consultório cheio, o bebê adoece.


Não voltei mais naquele consultório. Primeiro, porque a despeito da falta de estímulo e orientação daquela pediatra, eu aprendi a amamentar. Segundo, porque sendo amamentado, meu filho não adoeceu.  


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Fórmula infantil: solução?


6 de janeiro de 2015


João vai completar 1 ano. O único leite que ele toma é o leite da mamãe. Eu poderia ter desistido. Ele estava praticamente desmamado com poucos meses de vida. A partir de minha experiência, eu afirmo: amamentar é, sim, possível! Mesmo que seu filho esteja praticamente desmamado. Mesmo que ele esteja perdendo peso ou não ganhando o suficiente. 


Sim, a pressão para dar fórmula é indescritível. Que mãe é essa que não dá a fórmula para o filho que está ávido por leite? Ver uma pessoa segurando o João, meu primeiro filho, repetindo para ele "sua mãe não o alimenta", foi triste demais. Peguei meu filho dos braços dela e não voltei mais naquele lugar enquanto a pior fase não havia passado.

Meu marido me apoiou e juntos lutamos com todas as forças para eu conseguir amamentar o João. Pedimos sabedoria e forças a Deus, em oração. E pesquisamos muito.

Meu filho ficou mais magro do que os bebês de sua idade. Mas eu não desisti. Resisti à pressão. Por quê? Será que a fórmula infantil é tão ruim assim? Sim, a fórmula infantil é muito prejudicial ao bebê, por diversos aspectos. Amamentar dá saúde à mãe e ao seu filho, fortalecendo também o vínculo entre os dois. Já a fórmula embora tenha nutrientes artificiais e faça engordar, produz doenças e quebra o vínculo mãe-bebê. 

Neste último fim de semana, eu recebi amigos em casa. Uma mulher com quatro filhos crescidos. O filho mais novo tem 13 anos. Ela teve ele aos 36 anos. Eu tive João aos 37 anos. Ela me contou que o menino chorava sem parar. A sogra, muito religiosa, queria levar na benzedeira. O pai, sitiante rico e muito supersticioso, apoiou a ideia. Mas ela disse "não". Descartada qualquer doença, chegaram à conclusão de que se tratava de fome. O menino chorava de fome. O leite dela não estava suprindo as necessidades do bebê. Ela não tinha leite suficiente.

Sim, é comum mulheres mais velhas não terem leite. A minha experiência foi muito semelhante. Li um estudo da Unicamp que constatou que mulheres mais velhas produziam menos leite. Por isso, a afirmação de que a mulher sempre tem leite não é real. Sim, pode faltar leite. Faltou leite pra minha amiga, faltou leite em mim. Mas como já contei é possível reverter a situação. Com todas as mudanças que fiz, eu comecei a produzir leite suficiente para engordar o João e nutri-lo.   

Voltando à história de minha amiga... Ela deu fórmula para o filho. Ele teve uma forte reação alérgica e ficou internado 15 dias no hospital. Depois, teve de ser medicado com todo tipo de antibiótico, pois pegara uma infecção no hospital... Em casa, teve de tomar vários tipos de leite. Até que chegaram ao leite de soja, ao qual o bebê se adaptou. Mas sabe-se que a soja tem efeito hiperestrogênico, entre outros. Em meninas, pode levar à puberdade precoce. Em meninos, também tem ação danosa no organismo.

Hoje, lendo um artigo no New York Times, encontrei um comentário interessante. O artigo fala sobre o perigo de laxantes (Miralax) para crianças que apesar de serem considerados seguros por pediatras estão se mostrando potencialmente perigosos. Entre os efeitos colaterais, estariam desordens psiquiátricas. Crianças constipadas, medicadas e adoecidas gravemente! Em que sociedade estamos vivendo! Uma mulher de Boston conta, na seção dos comentários, que seu bebê não ganhava peso. Ela "teve" de dar a fórmula. Por causa da fórmula, o bebê ficou constipado. Ela "teve" que medicá-lo com Miralax. O próximo passo talvez seja a Ritalina...


Meu bebê não teve sequer um dia de constipação, diarreia ou sangue nas fezes. Ele é amamentado. Eu sou vegetariana. Ele é vegetariano. Vai fazer um ano de idade. Ganhou os 25 cm recomendados e engordou três vezes o peso do nascimento, mesmo tendo ficado mais magro no início. Nunca teve qualquer gripe, febre ou indisposição. Não há leite igual o da mãe. E acredite: Você pode amamentar! Amamentar é possível! Não desista.